O tom otimista da divulgação do balanço de 2016 da Funcef  contrasta com a análise do documento feita pelo presidente da AEA-PR, Jesse Krieger. “São tênues as melhorias nos resultados haja vista que as melhores rentabilidades são registradas em Renda Fixa e nas Operações com participantes, investimentos estes que são elementares e obviamente não dependem de grande expertise para aplicar”, afirma Jesse.

“O resultado deficitário do balanço da Funcef de 2016 ainda reflete os frutos negativos das gestões fraudulentas e temerárias realizadas nas administrações anteriores e contribuem para aumentar nosso déficit, apesar de haver sensível diminuição na sangria que a Funcef vinha sofrendo”, comenta o presidente da AEA-PR.

Segundo análise da Fenae, todos os planos ficaram abaixo da meta atuarial. O que mais se aproximou da meta foi o Novo Plano, com rentabilidade de 12,37% ante o esperado de 12,58%.A análise feita pela Federação, destaca que o Reg/Replan saldado acumula deficit a equacionar de R$ 5,4 bilhões, e o Não Saldado, R$ 1,214 bilhão. De acordo com a Federação, o passivo trabalhista da Caixa, que vem sendo pago pela Funcef com o dinheiro dos participantes, conhecido como contencioso, cresceu 21,6% de 2015 para 2016, o que representa um aumento de R$ 430 milhões.

“A Fundação afirma que inicia recuperação, mas o fato é que ainda há um novo deficit a equacionar e, de acordo com a lei, o respectivo plano de equacionamento terá que ser definido até dezembro”, afirma o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.

Mudanças são urgentes

De acordo com Jesse Krieger, tratar a gestão da Funcef com seriedade e competência é urgente  e as entidades representativas e movimentos independentes tem obrigação de acompanhar exigir uma gestão eficiente e comprometida com os resultados.  Para o presidente da AEA-PR,  o Contencioso da FUNCEF, já deveria ter sido resolvido há décadas.  “Faltou competência e disposição para os gestores anteriores resolverem, pois, esta é uma grande injustiça que está sendo cometido com os participantes e assistidos, pagar um conta que não lhes pertence, afora, maioria das operações realizadas, que deram ou poderão dar enormes prejuízos”, afirma.

Jesse Krieger cita como operações de risco: a Invepar, Norte Energia, FIP Desenvix, FIP Utilities/Odebrecht Ambiental, FIP Florestal/Eldorado Celulose, FIP Energia PCH e na Sete Brasil, OAS, Multiner, Estaleiros, Global Equity, TG Participações, Bioenergia, Usina Termoelétrica Pernambuco, FIP Brasil, FIP Enseada, FIP Infrabrasil e FIP Óleo e Gás.

“Temos grandes ameaças ainda, sendo a mais recente a reestruturação da VALE que é o maior ativo que a FUNCEF tem e que poderá com a reestruturação societária impactar em um prejuízo imediato de R$ 500 milhões”, comenta Jesse. Outra ameaça que se avizinha é o retorno da discussão para aprovação da PLP 268, que poderá trazer “gestores independentes” para fazer gestão dos recursos, retirando dos verdadeiros donos do dinheiro, que são os participantes e assistidos, a conquista obtida há anos de ter uma gestão paritária.

Defesa de direitos

Quanto aos resultados de 2016  imporem nova Contribuição extraordinária aos participantes e assistidos, a AEA-PR peticionou na justiça, mediante Ação Civil Pública,  que a Funcef seja notificada a não cobrar dos integrantes da ação da AEA-PR, todos os itens relacionados às gestões fraudulentas. “Aceitamos pagar somente aquilo que comprovadamente for de direito, ou seja, que paguemos somente resultados negativos dos investimentos que foram realizados mediante análise meticulosa e que tenha seguido todos os ritos de governança e por questões de instabilidades da economia acabaram não logrando êxito”, defende o presidente da AEA-PR.

 

Com informações da Comunicação da Fenae.