A história da associada Tania Mara Cardozo com o voluntariado tem mais de 30 anos e se confunde com sua trajetória junto à Caixa. Aprovada em concurso em 1981, Tânia se mudou de Curitiba para Faxinal, no interior do Paraná, e foi lá onde iniciou suas primeiras ações, realizando entrega de cestas básicas a famílias carentes da região. “Eu vim de uma família muito simples, ganhava muito pouco. De repente, tinha um emprego, um bom salário e percebi que podia e queria contribuir com a sociedade”, conta a economiária.

Depois de alguns anos trabalhando no interior, Tânia retornou à Curitiba. No período em que atuou na agência Zacarias, conheceu o trabalho realizado pela Associação Paranaense de Apoio à Criança com Neoplasia, a APACN, onde atuou voluntariamente por 20 anos e se tornou diretora de voluntariado.

“Foi muito boa a experiência de estar em uma organização estruturada. O contato com os voluntários me levou a conhecer novas demandas de trabalhos, casas lares de crianças e instituições de idosos. Pude perceber, então, que muitos projetos tinham pouca estrutura para envolver doadores e capacitar voluntários”, conta a aposentada.

Sensível a essa demanda, Tânia fundou em 2011 a “Associação dos Voluntários Amigos”, uma organização com o propósito de capacitar voluntários e desenvolver organizações sociais para a gestão do voluntariado. A organização apoiou projetos em Morretes, São José dos Pinhais e Colombo. Devido a dificuldades para manter a estrutura administrativa, a Associação foi encerrada em 2019, mas Tânia continuou atuando com materiais e capacitação de voluntários por meio do “Movimento Voluntariado de Curitiba”.

O objetivo do projeto é levar às pessoas conhecimento sobre o universo do voluntariado e todas suas possibilidades, com abordagem de temas como legislação e conceitos de liderança. Toda 3a quinta-feira do mês o Movimento realiza uma live, chamada “Papo Voluntário”, onde convidados compartilham experiências e trazem dicas sobre como se tornar voluntário e diferentes formas de contribuir, com base no próprio perfil, experiência e fase de vida. 

“Observei nesses anos que  há uma disposição maior de voluntários para atuar na linha de frente de algumas ações, mas poucas pessoas ainda dispostas a apoiar projetos e organizações na área administrativa. E aí vejo uma oportunidade muito interessante ao pessoal da Caixa e aposentados, dado todo conhecimento que possuímos com processos e finanças, que podem agregar muito a esses projetos, com assessorias e mentorias “, defende Tânia.

Para a associada, o voluntariado é uma das formas mais nobres de exercício da cidadania.”Entendo que devemos ser solidários de formas além da caridade e sermos capazes de enxergar o outro como cidadão, apoiando-o também para que possa sair da situação de vulnerabilidade”, defende.

Além disso, o voluntariado pode ser uma experiência muito transformadora para aqueles que doam seu tempo e energia. E foi assim com Tânia, que encontrou neste trabalho uma motivação e um sentido maior para a vida. “Estava num ótimo momento profissional quando tive um rompimento de tendão. Quando fui afastada da Caixa por L.E.R, o meu mundo caiu. Estava vivendo um processo de divórcio, com três filhos pra criar e uma doença. No voluntariado encontrei uma forma de voltar a ser ativa e de ser útil, mesmo com minhas dores e minhas crises”, conta.

Essa experiência pessoal é, hoje, um grande motivador para que Tânia persevere neste trabalho de promover o voluntariado. “Aprendi que ao vivenciar o sofrimento do outro desenvolvemos força para lidar com nossas próprias dores. Esta força que vem da gratidão nos preenche emocionalmente. Já vi pessoas superando a solidão, depressão e outros sofrimentos ao se dispor a se doar”, defende.

Gostou desta história? Quer saber mais sobre o universo do voluntariado? Então assista nesta quinta-feira, dia 20, o PAPO VOLUNTÁRIO. Vai ser às 15h.

“O PAPO deste mês terá a presença da Priscila Dantur Helrigel, advogada e servidora pública falando de sua experiência como voluntária em Casa Lar. Vamos receber também a Angela Belo, assistente social da Ame Mais Assistência a Mulheres Acolhidas, falando sobre a realidade do ambiente de acolhimento e a importância do suporte voluntário.Então não perca!”

*Dia 20 de maio às 15 horas:
Basta acessar por meio do aplicativo Google Meet, por computador ou celular, através deste link: meet.google.com/ymp-mtbx-bhw