Dia do Homem no Brasil alerta sobre a necessidade de cuidados para manutenção da saude, física e emocional, e do papel positivo dos homens na sociedade

Os homens ainda cuidam pouco da saúde física, mental e emocional. Como consequência, vivem, em média, sete anos menos do que as mulheres e têm mais doenças do coração, câncer, diabetes, colesterol e pressão arterial mais elevada – segundo dados da Organização Mundial da Saúde.

Para chamar atenção sobre este fato, o Dia do Homem no Brasil é comemorado em 15 de Julho, por iniciativa da Ordem Nacional dos Escritores Brasileiros, desde 1992. Os objetivos da data são: promover os cuidados com a saúde dos homens e a discussão sobre a igualdade entre gêneros –  destacando os papéis positivos dos homens na comunidade.

 

Atenção à saúde

 

O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) e o Ministério da Saúde (MS) estimam a ocorrência de aproximadamente 583 mil casos novos de câncer no Brasil em 2018. Os homens deverão ser atingidos por mais da metade desse número.

Para os homens, os cânceres mais incidentes serão os de próstata (68.220), pulmão (18.740), intestino (17.380), estômago (13.540), cavidade oral (11.200), esôfago (8.240), bexiga (6.690), laringe (6.390), leucemias (5.940) e sistema nervoso central (5.810). O instituto aponta que cerca de um terço dos casos  pode facilmente ser prevenido. Mas a prevenção esbarra quase sempre numa questão cultural típica do público masculino: a falta de atenção à saúde.

Fazer exames médicos periódicos, não fumar, fazer atividades físicas regulares, reduzir a ingestão de carnes vermelhas e comer alimentos frescos – como frutas, vegetais,  hortaliças e alimentos ricos em fibras – estão entre as recomendações médicas.

“Evite os alimentos processados, gordurosos, defumados e produzidos com o uso de agrotóxicos. Mantenha o peso corporal adequado. Proteja-se da exposição solar excessiva – usando chapéu, óculos escuros e protetor solar. Minimize a ingestão de bebidas alcoólicas. Evite também, sempre que possível, se expor à poluição do ar,” afirma Ana Cristina Pinho, diretora-geral do INCA.

 

Mente e emoções também precisam de cuidado

Outro ponto bastante negligenciado pelo público masculino é a atenção às emoções. Ao longo dos séculos coube aos homens uma postura social bastante dura e enrijecida – pesando até hoje afirmações como “o homem não pode chorar”. A mudança de papéis sociais, somado ao crescente empoderamento feminino, acaba também, por gerar certos desconfortos aos homens, que interiormente resistem a este processo de evolução de paradigmas.

Para o aposentado da Caixa, Rubio x , que há 25 anos se dedica a estudar psicologia e desenvolvimento humano, o exercício da emotividade – por tanto tempo sufocada – é essencial para o bem-estar masculino. “Me refiro a uma emotividade verdadeira, manifestada pela cordialidade com sinceridade, a autoaceitação, sensibilidade, criatividade e imaginação. A falta do exercício da emotividade por séculos é uma tragédia, uma forma de mutilação das emoções”, defende.

Por isto, tao importante quanto fazer atividades físicas regulares, são as atividades criativas, de autoconhecimento e desenvolvimento. “Uma dessas possibilidades é o processo de revisão biográfica, que oferecemos na AEA-PR, a partir desta terça-feira, dia 17 de julho. Uma atividade que ajuda na eliminação de negatividades do passado e a liberação de padrões mentais e comportamentais estabelecidos ao longo da vida”, sugere o ex-economiário.

Foi sob esta perspectiva, que depois da aposentadoria, Rubio passou a se dedicar aos estudos sobre psicologia e consciência humana e ao trabalho de escritor, como exercício mental e criativo. O associado da AEA-PR, esta escrevendo seu 22° livro, intitulado a “Redenção de Eva”, em que aborda justamente o tema homem x mulher, sob a perspectiva do embate feminista e sobre o necessária  mudança de postura social.

“São mais de dois mil anos de história, considerando a mulher como ser inferior – posta como responsável pela expulsão do homem do paraíso. Precisamos evoluir da visão de mulher ora inferior/ submissa, ora como objeto de idolatria – recaindo sobre ela o peso da manutenção da aparência, por exemplo”, explica Rubio.

Para Rubio, vivemos um tempo único de abertura e evolução social, em que  é fundamental que homens e mulheres se vejam como complementares. “ Determinação e iniciativa são as qualidades masculinas mais fortes. A mulher contribui com a capacidade de compreensão, expressividade e análise mais ampla dos fatos. Daí nasce a parceria. Um deve aprender com o outro”, defende.

Esta parceria, segundo Rubio, deve ocorrer em todos ambientes – seja no trabalho, gerando cooperação, a partir da união da capacidade analítica feminina com o potencial de ação masculino – como na família.

 

 

O ambiente familiar e espiritual

A convivência familiar também é primordial para a manutenção das emoções do homem. Se no passado, era reservada à mulher as tarefas de cuidado do lar, educação dos filhos e harmonia familiar – hoje, vemos muitos pais e avós assumindo ou compartilhando essas responsabilidades – o que vem a ser bastante positivo para o desenvolvimento da afetividade masculina.

Para o associado da AEA-PR, Gilberto Luiz Pereira, esta proximidade com os filhos e netos é bastante positiva. “Esta sendo muito bom desenvolver este outro lado. Durante minha vida profissional, não pude dar essa atenção à família. Agora aposentado, procuro estar mais presente, tanto no apoio à questão profissional, como pessoal. A medida que vão crescendo, conquistando seu espaço, vamos nos sentindo realizados também”, conta.

Pai de três filhos e avô de três netos, Gilberto percebe a diferença entre a relação que teve com seu pai e a que hoje tem com seus filhos, mais presente e afetiva, e destaca a alegria que hoje é ser avô. “Com os netos já não temos a responsabilidade de educar – somos mais afetivos, fazendo mais concessões. É só alegria e diversão. Uma relação mais leve, que trabalha várias emoções. A nossa vida parece se completar”, conta o aposentado.

Além do tempo dedicado à família, Gilberto diz trabalhar o lado emocional, buscando contato com natureza e fortalecendo o lado espiritual. Sempre que pode vai ao campo, passear ou pescar com amigos, vai à igreja e participa de reuniões mensais de casais com a esposa Neli, para conversa e oração. “A espiritualidade nos ajuda bastante, assim como manter uma vida social e participar de atividades junto com amigos. Tudo isso gera equilíbrio e harmonia em nossas vidas”, recomenda.

 

Clique aqui para saber mais sobre a atividade de Revisão biográfica, oferecida pela AEA-PR, a partir desta terça-feira (17)