Desde a divulgação da notícia, no final de 2014, que a Presidente,  Dilma Roussef,  tem como meta do seu governo a abertura do capital da Caixa, este tema tem mobilizado as discussões dos colegas economiários nas redes sociais.

Todas as entidades do movimento associativo, FENACEF, FENAE, ADVOCEF, FENAG e ANEAC estão se mobilizando na defesa da Caixa. No dia 24  de fevereiro de 2014, acontecerá um Seminário entre todas essas entidades, para definir estratégia conjunta de atuação nesta questão.

Também está previsto o Dia Nacional de Luta em Defesa da Caixa 100% Pública, que acontecerá no dia 27 de fevereiro de 2015, em Brasília.

“Este assunto também interessa aos aposentados, pois todos sabem que a proposta é contrária aos interesses da população, pelos relevantes serviços que a Caixa presta, especialmente aos mais necessitados, sendo o objetivo maior de levar para a iniciativa privada serviços considerados de maior interesse e exclusividade a exemplo das Loterias, Gestão do FGTS, Penhor e também a própria Caixa Seguros, a qual já sofreu um grande golpe quando vendida parte das ações para CNP Assurances (Seguradora Francesa)”,  sendo avaliação do presidente da AEA-PR, Jesse Krieger.

Dada a importância do projeto do Governo, é importante acompanhar os desdobramentos, mantendo-se informados pelos meios de comunicação e informes das associações.

Abaixo transcrição da matéria publicada no Diário do Nordeste:

DIÁRIO DO NORDESTE (CE) • NEGÓCIOS • 09/02/2015 • CONCORRÊNCIA
IPO da Caixa deve ser acelerado

Brasília O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, quer acelerar a abertura da capital da Caixa Econômica Federal (CEF). O Ministério da Fazenda avalia que é possível concluir o processo ainda neste ano. O dinheiro levantando com a operação ajudaria a reforçar as contas governo neste ano, num momento em que a equipe econômica enfrenta dificuldade ainda maior para cumprir a meta de superávit primário fixada para este ano em R$ 66,3 bilhões, equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

O Tesouro Nacional tem 100% do capital do banco. Depois desse início de ano difícil por conta do impacto da operação Lava-Jato, que investiga corrupção na Petrobras, a avaliação é de que o cenário vai desanuviar a partir do segundo semestre com os primeiros resultados do trabalho de ajuste e busca de confiança tocado por Levy.

Outra possibilidade considerada pelo governo é “fatiar” a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) do banco estatal, segundo fontes da equipe econômica. Neste caso, uma das áreas avaliadas é a de seguros. Fontes na Fazenda ressaltam o sucesso da abertura de capital da BB Seguridade. Feito em abril de 2013, o IPO da BB Seguridade arrecadou R$ 11,5 bilhões – o maior volume atingido por uma empresa brasileira desde 2009. A ideia é repetir esse mesmo sucesso com a Caixa Seguradora, união entre a Caixa e a francesa CNP Assurances.

loterias

A área de loterias também é considerada atraente para ser vendida separadamente. O próprio banco estatal encomendou estudos internacionais de viabilidade desse projeto. Mas há uma questão: para repassar os jogos lotéricos à iniciativa privada é preciso alterar a legislação, o que depende do Congresso Nacional. No banco, uma corrente majoritária defende a abertura de capital de forma unificada. A vantagem, neste caso, seria a atratividade da primeira oferta. “O que certamente dá para fazer é avançar bastante no processo a ponto de torná-lo irreversível para 2016”, disse uma fonte.

Governança

Joaquim Levy tem interesse não apenas no reforço do Caixa, mas na melhora da governança do banco estatal, o que contribuiria para a estratégia da atual política econômica de menor ingerência política nos Bancos públicos e mais transparência. Aliado a isso, o governo fechou o Caixa do Tesouro Nacional e não deve injetar mais recursos públicos nas instituições financeiras.

O IPO reforçaria as contas do governo e é considerada estratégica como fonte de recursos do banco para manter a concessões de empréstimos e financiamentos. No mercado, a operação é vista como positiva, mas de execução difícil, principalmente em um ano de dificuldades e de desdobramentos da Lava-Jato.