íOs trabalhos manuais e o artesanato fazem parte da vida da associada Maria Luiza desde sua pequena infância. Ela diz nem se recordar quando exatamente começou. “Desde que me conheço por gente, faço essas atividades. Sempre fui apaixonada e minha mãe, percebendo isso, sempre me matriculava em cursos, que na época era a forma de aprender”. Ainda pequena, Maria Luiza aprendeu a fazer bichinhos de espuma, costura, pintura em tecido e porcelana e ikebana. Com a mãe aprendeu a bordar, tricotar e fazer crochê. 

Os livros de artesanato também eram companheiros de suas criações e diversos resíduos, que normalmente seriam dispensados,  eram inspirações. “Aproveitava caixinhas e latas para inventar algo. Fiz muitas coisas com filtro de café usado e garrafas pet. Sempre gostei muito de aproveitar materiais”, conta.

Com 18 anos, a associada da AEA-PR começou a trabalhar em banco, aos 21 se casou, e esse hobbie ficou um pouco mais de lado, mas sem desaparecer de sua vida. “A rotina de trabalho não me permitia me dedicar ao artesanato. Mas sempre que tinha um tempinho sobrando fazia algo, especialmente crochê para presentear pessoas queridas”, lembra.

Na época, o maior sonho de Maria Luiza era aprender a pintar tela, o que se realizou quando, enfim, chegou a aposentadoria.  “Me aposentei em 2012 e, em 2013, já estava inscrita em um centro de artes. A cada ano, trabalhamos em torno das técnicas de um artista. Acredito que ainda não sei pintar tela, sinto que estou continuamente aprendendo”, diz.

Nos últimos anos, algo que motivou muito a aposentada foi o início das Oficinas Solidárias da AEA-PR. “Fiquei muito feliz pois vinha ao encontro de meus anseios poder me dedicar a essas atividades”. Foi nesse período também que conheceu a arte dos amigurumis, bichinhos feitos a partir de técnicas de tricô e crochê. 

“Achei muito curioso e comecei a pesquisar como fazer na internet. A primeira peça que fiz que foi uma árvore, assistindo a um video em inglês no youtube! Então sugeri à AEA para oferecermos um curso às participantes das Oficinas, já que tínhamos muitos fios recebidos de doação, e foi um sucesso. Aprendemos a fazer um hipopótamo e depois disso não parei mais de fazer os bichinhos”, conta

Os pedidos de amigos não pararam de chegar e, assim,  Maria Luiza percebeu que mesmo já sabendo muitas técnicas, sempre há algo novo a aprender e a compartilhar. “Na pandemia, comecei a fazer bichinhos para presentear filhos e netos de amigos. E fui aprendendo tudo pela internet. Minhas fontes principais são o pinterest e o youtube, que tem tutorais em vídeo maravilhosos”, explica.

E o desafio de aprender algo novo e dedicar tempo a essa atividade foi um bálsamo para esses tempos tão duros. “Na pandemia, o que me deu força para superar todo esse período difícil e o isolamento, foram os amigurumis. E eu me envolvo com cada peça que faço, nao vejo a hora de concluir e ver a pecinha pronta. É um encanto”, conta.