O modelo de custeio do Saúde Caixa segue em risco. Na última sexta-feira (21),durante reunião da negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), o banco apresentou suas propostas para continuidade do plano, que representariam um aumento considerável no custo do plano para os usuários. A Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa rejeitou a proposta.
A proposta da Caixa tem como base a individualização da cobrança por participante do Saúde Caixa, separados por faixa etária, como medida para assegurar a sustentabilidade do plano.”Os valores propostos por participante são absurdos. Há proposta que aumentam em 400% os valores hoje pagos, geram um superávit enorme e não se justificam”, alerta Márcia Krambeck, diretora de Saúde da AEA-PR, e representante do Conselho de Usuários do plano,
O modelo do Saúde Caixa, que existe desde a década de 1980, passou a ter cobrança por grupo familiar no final de 1999, sendo a cobrança baseada na renda base do titular (2%), coparticipação de 20% sobre o uso, com teto de R$2400,00 e mensalidade do indireto de R$110,00. Desde 2009, esses valores não têm ajuste.
“Veja-se o exemplo de um titular solteiro, que paga de acordo com seu salário e a coparticipação pelo uso. Se ele tiver uma cirurgia de joelho e necessitar de meses de fisioterapia, isso custará mais para o Plano que um titular com esposa e dois filhos que só fazem consulta de acompanhamento anual”, pondera Márcia.
Segundo Márcia Krambeck, a atual forma de custeio valoriza a renda do empregado, o mutualismo (pois todos pagam um mesmo percentual sobre o salário), o pacto intergeracional (o pagamento de todos forma um colchão de liquidez que ampara o custeio de todos em situações mais graves: câncer, UTI neonatal, cirurgias de grande porte etc ) e solidariedade. O valor da mensalidade para todos os titulares é igual (2% da RB) e quando houver uso, paga-se a participação.
“Se precisamos ajustar o custo do plano podemos corrigir a mensalidade do titular, com um percentual racional, e não como a Caixa propôs, que é um absurdo – e ajustar o percentual de coparticipação pelo uso, com ampliação do teto no grupo familiar. Isto é justo, pois quem usa mais participa mais do custeio”, defende a diretora de Saúde da AEA-PR.
O Conselho de Usuários está subsidiando a mesa de negociação para que negue a proposta da Caixa, bem como qualquer menção a CGPAR 23 no ACT 2020, e defenda a proposta construída no Conselho de Usuários, que viabiliza equilíbrio do plano sem onerar todos titulares e participantes.
“O Saúde Caixa é um plano saudável, tem equilíbrio e não pode ser comparado com planos como CASSI, Postal Saúde, Geaps. A proposta da Caixa segue uma lógica de mercado, de seguradoras e planos de saúde, que cobram muito sem considerar o uso. Somos um plano de Autogestão, não visamos lucro e sim o equilíbrio do plano”, defende Márcia.
*No dia 12/08, a AEA-PR promoveu uma live sobre o Saúde Caixa. Clique aqui para assistir e entender o atual panorama do Plano
*Clique aqui para assinar a Petição pela aprovação urgente do PDL 956, que susta os efeitos da Resolução 23 da CGPAR, que afeta diretamente o Saúde Caixa: