Em maio, celebramos o dom da maternidade e mães e filhas da AEA-PR falam sobre as belezas e desafios desta relação
O último domingo foi especial para as mães que puderam estar com os filhos e curtir o seu dia. Emídia, diretora sócio-cultural da AEA-PR, passava o dia em família, quando sentiu o chutinho da Lais, primeira neta ainda na barriga da filha Cynthia, grávida de cinco meses. “Estava fazendo carinho na barriga quando, de repente, ela chutou. Todo mundo ficou emocionado”, conta.
A chegada do bebê vem transformando a relação de mãe e filha, que já não moram mais juntas mas se ajudam quando podem na organização de eventos. “Agora que ela está grávida, temos passado mais tempo juntas. É engraçado como agora está um grude comigo”, conta Emídia. É certo que a maternidade muda tudo na vida de uma mulher e ter a mãe experiente por perto dá mais segurança às novatas, para lidar com tantos novos desafios.
Para a associada Marilyn Maria de Godoi, aposentada há 3 anos, o desafio foi triplo. Aos 42 anos, após fazer fertilização in vitro de quatro embriões – com chance de 30% de um embrião se desenvolver – recebeu a notícia que estava grávida de trigêmeos. Sem a mãe, já falecida, contou nos primeiros anos com ajuda de uma irmã para cuidar dos três bebês.
“Era gerente da Caixa na época e minha vida virou de ponta cabeça. Trabalhar, cuidar da casa, dos filhos… Foi um grande desafio, especialmente com o falecimento do meu marido poucos anos depois”, conta. A aposentadoria de Marilyn chegou em boa hora. Há três anos ela deixou a vida de economiária para poder se dedicar integralmente a Lucas, Nathalie e Nicolas, hoje com 11 anos.
“Ser mãe muda tudo na vida da gente, mudam nossas prioridades. Imagine com três de uma vez! Até fazer o tratamento para engravidar por desejo do meu marido, não pensava em ter filhos. Felizmente eles vieram. Hoje eles são meus companheiros e estamos sempre juntos”, conta a associada, que frequentemente está com o trio nos eventos da AEA-PR. Para Marilyn,o presente deste dia das mães, chegou um dia antes. O trio garantiu duas medalhas de ouro e duas de bronze numa competição de natação. “É um orgulho pra gente”, comemora.
Quem também é conhecida nos almoços da associação é Dona Pina, mãe da associada Carla Boscaro – pra quem a aposentadoria também não trouxe descanso. Diferente de Marilyn, Carla não teve filhos mas, há quase 20 anos, dedica boa parte do tempo a devolver à mãe os cuidados de quase toda uma vida.
“Sempre que possível levo ela comigo em eventos ou para visitar as amigas dela. Não dá pra ficar só em casa”. A família de dona Pina vive na Itália, por isso a relação entre ela e as duas filhas é de muita proximidade. “Ela é minha família”,conta Carla. A aposentada diz que a mãe é uma italiana forte mas bastante tranquila e esta é a qualidade que mais admira nela. “Ela tem muita paciência, coisa que eu não tenho”, conta rindo.
Paciência e muita disciplina é o que a associada Maria Luisa Suares aprendeu com dona Elisa desde cedo, também por meio dos trabalhos manuais que ensinou à filha. Com a mãe, descendente de alemães e de personalidade forte, “Malu” aprendeu a fazer tricô, crochê e pintura. A mãe faleceu há dois anos, mas o hábito de realizar trabalhos manuais ficou de herança para Malu, hoje compartilhada com colegas nas “Oficinas Solidárias” da AEA-PR.
A aposentada, junto a um grupo de associadas, está produzindo peças de inverno – como toucas, cachecóis, meias e cobertores – que serão doados a idosos – e também a mamães -em asilos, que não desfrutam da sorte de ter o cuidado da família e a presença dos filhos por perto.
Malu está hoje longe do filho único e por isso não pode estar com ele no dia das mães. “Sinto falta. É a segunda vez que ele passa longe, pois está fazendo curso para bombeiro em Florianópolis”, conta a mãe, com aquele brilho nos olhos – misto de orgulho e saudade – que só as mães conseguem explicar.