26 de abril de 2022
Em comemoração ao Dia do livro, celebrado em 23 de abril, a AEA-PR apresenta alguns de seus associados autores e realiza sorteio de mais de 20 livros por eles escritos
A leitura transforma a forma de pensar, sugere mudanças e novas atitudes produtivas, expõe o mundo e incentiva o viver plenamente. Estas são palavras da associada Neyd Montingelli, que descobriu na leitura e na escrita um prazer que dura décadas e que já rendeu a publicação de dezenas de contos, romances e poesias.
Os 20 anos como funcionária da Caixa foram inspiração para um grande número de histórias reunidas no primeiro livro de Neyd: Memórias de um caixa da Caixa. “Eu notava a criatividade de nossos clientes nos atendimentos. Comecei a anotar esses episódios em diversos papéis – verso de recibo de depósito, guias usadas, folhas diversas – e coloquei em um saco plástico com a promessa de escrever um livro sobre isso quando eu me aposentasse”, conta.
A promessa foi cumprida e, hoje, a associada da AEA-PR contabiliza a publicação de quase 30 livros, a participação em mais 130 coletâneas e antologias e a premiação em diversos prêmios e concursos literários no Brasil e no exterior. “Eu sempre sugiro às pessoas que leiam, leiam tudo, sobre todos os assuntos e, em consequência, escrevam. Escrevam sobre sua vida, seus anseios, memórias e desejos”, sugere.
A paixão pelos livros foi herdada da mãe, com quem ela sempre lia junto, nos fins de semana e nas férias. “Ela dizia que quando se aposentar iria escrever livros de mistério e que já tinha um detetive que iria protagonizar os contos, o Sebastian. Eu adorava ouvi-la falar isso. Infelizmente ela faleceu antes de seguir essa vontade. Ainda não dei um emprego ao Sebastian da minha mãe, mas ele está no meu próximo livro, já agindo como um dedicado detetive”, conta Neyd.
Viagem pelo universo das letras
Uma inspiração familiar também foi incentivo para o associado Franklin Roosevelt de Avelar, lançar suas primeiras linhas no mundo da escrita. O aposentado, que é carioca e vive no Paraná há mais de 30 anos, foi influenciado pelo irmão, que era membro da Academia Teresopolitana de Letras. Franklin conta que era muito sério, em virtude da profissão de auditor, mas após a aposentadoria, “baixou” nele a veia criativa. “Fiz teatro, coral, cursos de línguas, desfile de rei da terceira idade, fiz viagens pelo mundo. E veio também o interesse pela escrita. Estou com 78 anos e pretendo continuar escrevendo, como forma de manter a mente ativa”, diz o associado.
O aposentado publicou, nos últimos anos, quatro livros, que hoje estão disponíveis para empréstimo na biblioteca da AEA-PR e na Biblioteca Pública do Paraná. Franklin também é um grande incentivador da leitura. “O livro é uma viagem e por intermédio dele nós vamos a qualquer lugar do mundo e na época que quisermos”, sugere.
Vida em poesias
Quem também navega pelo universo das letras é o associado Antonio Valmor Junkes. Aposentado da Caixa em 1996, ele seguiu na profissão de advogado, trabalho em que ainda atua, aos 73 anos, junto à esposa e ao filho. Nas horas vagas, sua ocupação é a escrita, herança de uma formação educacional clássica. “Fui seminarista dos 9 aos 16 anos. Estudei matérias direcionadas a ciências humanas, filosofia, teologia, português e diversas línguas estrangeiras. Hoje, dedico-me à poesia clássica, a qual tem rígidas regras de composição, e aos poemas”, explica.
Recentemente, lançou o livro “Ser Poeta”, com 180 páginas de sonetos, mas uma segunda obra, com 380 páginas, já está pronta na editora para ser publicada. E as composições não param por aí. Antônio conta que guarda mais de 2 mil sonetos e 300 poemas. “São obras, que se os céus permitirem, ainda pretendo editar. Sou poeta desde que tomei conhecimento do que seja poesia, isto é, aos 10 anos de idade, aproximadamente. Contudo, só pude me dedicar a compor depois da aposentadoria”, conta.
“Ser poeta é ter alma diferente,
dentre poucos é ser a minoria,
dentre loucos é ser o mais demente
porque se atreve a conceber a poesia
Ser poeta é viver, hoje, um presente
de uma vida passada tão sombria,
e o que um poeta realmente sente
um verso apenas não definiria
Ser poeta é mostrar a alma ferida,
dar noção figurada a toda a vida,
mas não ser entendido por ninguém
É ser desdém de sábios e ignorantes,
é em rocha estéril minerar diamantes,…
quisera eu próprio me entender também.”
Antonio Valmor Junkes
Ficou com vontade de conhecer a obra dos nossos associados escritores?
Os autores disponibilizaram suas obras para leitura à biblioteca da AEA-PR, que fica no 5o andar da sede da associação, em Curitiba.
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