Planejamento sucessório: como reduzir impostos e evitar conflitos familiares na transferência de bens

20 de maio de 2025

Organizar a sucessão de bens ainda em vida pode evitar conflitos familiares, economizar impostos e preservar a vontade de quem trabalhou anos para formar um patrimônio. Esse é o campo do chamado direito sucessório, um ramo do direito civil que trata das regras de transferência de bens, direitos e obrigações de uma pessoa após sua morte.

Apesar de se tratar de  um tema delicado e incômodo, especialistas alertam que o planejamento sucessório deve ser feito com antecedência. A advogada Emanuelle Santos  afirma: “Vejo muitas famílias enfrentando conflitos, bloqueios judiciais e prejuízos por falta de organização. Tudo isso poderia ser evitado com um planejamento sucessório simples e bem orientado”.

O que é o direito sucessório?

O direito sucessório regula quem tem direito à herança de uma pessoa, em que proporção e sob quais condições. As regras estão previstas nos artigos 1.784 a 2.027 do Código Civil brasileiro e podem ser complementadas por documentos como testamentos ou escrituras de doação.

A lei brasileira estabelece uma ordem de prioridade entre os herdeiros. Os principais são:

  1. Herdeiros necessários: filhos, cônjuges, companheiros (em união estável) e pais. Eles sempre têm direito a pelo menos 50% do patrimônio, mesmo que haja testamento.

  2. Outros herdeiros: irmãos, sobrinhos, tios e primos, que só herdam na ausência dos herdeiros necessários.

O testamento é um documento feito em vida, no qual a pessoa pode escolher como distribuir parte de seus bens após a morte. No Brasil, é permitido destinar até 50% dos bens a quem quiser (inclusive amigos ou instituições), desde que os outros 50% sejam respeitados para os herdeiros necessários.

A sucessão pode ocorrer de forma legítima (quando a divisão segue a ordem legal dos herdeiros) ou testamentária (quando há um testamento válido). Sem planejamento, o inventário pode se arrastar por anos e gerar custos elevados para os herdeiros.

Impostos e taxas: o que incide sobre a herança

O principal tributo envolvido na transferência de bens por herança ou doação é o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD). Cada estado brasileiro define sua alíquota. No Paraná, por exemplo, a alíquota vigente atualmente é de 4%, mas, com a reforma tributária, a partir de 2025, o imposto pode vir a se tornar progressivo, variando conforme o valor transmitido.

Além do ITCMD, os herdeiros também enfrentam:

  • Custas de cartório (em inventários extrajudiciais, feitos mediante acordo)

  • Taxas judiciais e honorários advocatícios (em inventários judiciais, quando há conflito ou herdeiros menores de idade)

  • Despesas com escritura, registro de imóveis, entre outros.

Tudo isso pode representar uma porcentagem significativa do patrimônio e gerar gastos não previstos por herdeiros, inclusive para ter acesso ao patrimônio, quando não ocorre o planejamento prévio.

Evitar conflitos: como o planejamento ajuda

Segundo a advogada Emanuelle Santos, existem medidas legais eficazes para garantir a harmonia familiar após a morte do titular dos bens. Entre elas, destacam-se:

  • Testamento claro e detalhado, que evita disputas e interpretações divergentes;

  • Doação em vida com reserva de usufruto, permitindo que o doador continue usando o bem enquanto antecipa a partilha;

  • Criação de holding familiar, especialmente em casos de grandes patrimônios ou empresas;

  • Seguro de vida com resgate, que pode ser usado para quitar despesas de inventário e evitar a venda urgente de bens.

“A organização patrimonial precisa considerar também questões como herdeiros com necessidades especiais, filhos de diferentes uniões e empresas familiares. Cada caso tem uma solução jurídica adequada”, explica Emanuelle.

Dúvidas comuns entre aposentados

Mesmo quem tem patrimônio modesto pode se beneficiar do planejamento sucessório. A advogada responde a algumas das principais dúvidas:

  • “Preciso fazer testamento?” – Não é obrigatório, mas ajuda a garantir a vontade do titular, especialmente em situações complexas.

  • “A doação em vida vale a pena?” – Sim, desde que respeite os limites da herança legítima e garanta segurança jurídica.

  • “Preciso pagar imposto mesmo doando um imóvel para um filho?” – Sim. A doação também está sujeita ao ITCMD e outras taxas cartorárias.

  • “Posso evitar inventário?” – Algumas estratégias permitem a redução ou até a dispensa do inventário tradicional, como a partilha em vida e o uso de seguros.

O papel da consultoria jurídica especializada

Contratar uma consultoria jurídica é fundamental para garantir que todas as etapas do planejamento sejam feitas de forma legal, segura e eficaz. Entre os serviços oferecidos por especialistas estão:

  • Consultoria patrimonial personalizada, com análise da situação familiar e definição de objetivos;

  • Elaboração de documentos jurídicos, como testamentos, escrituras e doações;

  • Acompanhamento legal, desde a redação de documentos até o registro nos órgãos competentes.

“O planejamento em vida oferece segurança jurídica, economia tributária, controle sobre o patrimônio e, o mais importante: evita desgastes entre familiares em um momento já difícil emocionalmente”, resume a advogada Emanuelle Santos.

Onde obter mais informações?

Artigos Relacionados

Veja as fotos da abertura dos Jogos Fenacef 2025!

Veja as fotos da abertura dos Jogos Fenacef 2025!

Na noite deste domingo (25/05), aconteceu a abertura dos Jogos Fenacef 2025, sediado em Brasília. O evento contou a entrada das bandeiras, o juramento dos atletas e o simbolismo da tocha dos Jogos, além de representantes de todas as regiões do país – atletas,...

Acompanhe todos os resultados da AEA-PR nos Jogos Fenacef!

Acompanhe todos os resultados da AEA-PR nos Jogos Fenacef!

Os Jogos Fenacef 2025 estão sendo disputados desde o último domingo (25/05), em Brasília. Por aqui, você confere todos os resultados e o que de melhor aconteceu em cada um dos cinco dias de competição. Dia 1: segunda-feira (26/05) Dia 2: terça-feira (27/05) Dia 3:...