Por Olga Pchek
Toda eleição envolve muita disputa, rivalidade, estratégias de campanha muitas vezes desleais e até baixaria, para defender o candidato favorito ou aquele que melhor representa os interesses do eleitor e dos grupos que o apoiam. E na Funcef não é diferente. Em plena era da tecnologia, as redes sociais estão fervilhando com as próximas eleições na nossa Fundação, com as mais diversas “defesas” das chapas concorrentes, defesas essas que consistem em tentar denegrir a imagem dos adversários levianamente, ao de invés de apresentar propostas consistentes de campanha.
De um lado aqueles que lá estavam por anos e ocasionaram a situação desastrosa em que a Funcef se encontra, que querem voltar ao poder. Do outro lado os alinhados com a patrocinadora e, consequentemente com o governo, os “Chapa Branca” que querem continuar dando as cartas nos bastidores, defendendo os interesses de grupos poderosos. É só acompanhar as notícias dos jornais para saber do que estamos falando. E por fim, aqueles que realmente defendem os interesses dos participantes e dos assistidos, há quatro anos lutando contra as forças adversas para desvendar a caixa preta da Funcef, que estão sendo bombardeados pelos dois primeiros grupos. Por que será? Por que eles incomodam tanto?
Dentre tantas batalhas dos nossos Três Mosqueteiros, está a denúncia protocolada no dia 8 de fevereiro de 2018, junto à presidência da Funcef, com cópia ao Conselho Deliberativo e Conselho Fiscal, na qual eles requerem explicações a respeito envolvimento do atual secretário da Fundação, Aubiérgio Barros, no processo nº 0905841-2, do Tribunal de Contas do Estado do Pernambuco – TCE/PE, que trata sobre a compra de títulos públicos federais com indícios de irregularidades por preços unitários acima dos praticados pelo mercado, no tempo em que ele respondia pela presidência do RECIPREV, fundo de pensão vinculado à Prefeitura de Recife/PE.
Segundo o relato contido no acordão daquele tribunal, o relatório preliminar de auditoria imputou responsabilidade a dois funcionários da instituição, no valor de R$ 4.607.778,80, na época em que Aubiérgio Barros era presidente do RECIPREV.
O pedido de afastamento de Aubiérgio Barros
Diante da incerteza sobre os fatos e irregularidades contidos no processo, os diretores eleitos solicitaram formalmente ao presidente da Funcef, Carlos Vieira, que instasse o Secretário Geral da Funcef, a apresentar provas cabais de sua inocência, inclusive com decisões dos órgãos aos quais o TCE determinou o encaminhamento das representações e, caso aplicável, do Poder Judiciário, em seu favor.
Preventivamente, ainda, os diretores eleitos solicitaram o afastamento de Aubiérgio Barros de todas as funções na Funcef, dentre as quais a de coordenador da comissão eleitoral para o pleito de 2018.
Na sua página no facebook “Controle e Resultado”, os três diretores eleitos explicam detalhadamente aos participantes e assistidos o teor da denúncia e os autos do processo, conforme reproduzimos abaixo.
Vale ressaltar que o pedido de afastamento de Aubiérgio Barros, durante a apuração de sua responsabilidade no processo referente às irregularidades no fundo de pensão da prefeitura de Recife, não ocorreu. Somente no dia 2 de março de 2018, o secretário geral da Funcef encaminhou uma Carta Aberta ao Conselho Deliberativo, órgão que por unanimidade atribuiu a ele a coordenação do processo eleitoral, na qual apresenta, “em caráter irrevogável e irretratável”, o seu pedido de afastamento da comissão eleitoral 2018.
Indicado a compor a comissão eleitoral 2018 pelo presidente da Funcef, Carlos Vieira, antes de pedir o afastamento fez “a lição de casa”. Mudanças nas regras das eleições, num roteiro digno de “Os Trapalhões”, como a ordem de colocação das chapas na cédula de votação. Será um problema de coordenação mental ou um ato deliberado para confundir os eleitores? A numeração das chapas é pela sequência do atingimento dos mil apoios, mas a colocação na cédula de votação é pela ordem de inscrição. Quer dizer, poderíamos ter várias sequências: Chapas 2, 1, 3; Chapas 3, 1, 2; Chapas 1, 2, 3 (por muita sorte e coincidência). Ficou a ordem decrescente Chapa 3,2,1. São “Os Trapalhões” ou querem nos atrapalhar?
Outra “grande” decisão: os candidatos à reeleição precisam se afastar das suas funções durante o período de campanha. Sim, governadores se afastam, mas eles têm um vice que assume as suas atividades. Os diretores eleitos não têm vice. Quem vai assumir no lugar deles?
Eleição em dois turnos, caso uma das chapas não atinja 50% dos votos mais um. Estranha essa regra agora. Será que estão apostando na união das duas chapas menos votadas para derrotar a primeira? Parece que são públicos bem distintos. Será que vai dar certo essa união? E como ficam aqueles que criticam por criticar, que quando não têm outro argumento jogam maldosamente um: “mas esse estava do outro lado na eleição passada”. Vão pra o outro lado, esquecendo que criticaram o colega, que por alguma razão mudou?
Mais uma nova regra, gerada a partir da coordenação de Aubiérgio Barros, a de retirar a possibilidade de votar pelo sistema 4.1, vem prejudicar os participantes da ativa, que, pressionados por pesadas metas, mal têm tempo de se informar sobre a situação da Funcef, que dirá para se preocupar em gerar senha para acessar o autoatendimento da Funcef ou baixar o aplicativo no celular. O percentual de votantes já é baixíssimo. É preciso facilitar as formas de acessos à votação.
Demorou mais que os participantes queriam e os diretores eleitos reivindicaram, mas enfim Aubiérgio se foi. Não sem antes, na sua carta renúncia, se dizer injustiçado e lançar críticas veladas à atuação dos diretores eleitos.
O secretário geral da Funcef, fala, ainda, que em 20 de fevereiro de 2018, encaminhou aos diretores eleitos o resultado da apuração efetuada pela auditoria e os termos do parecer jurídico, comprovando que não havia motivações para o seu afastamento preventivo, ou definitivo de todas as funções exercidas na Fundação.
Os diretores eleitos, nossos bravos Três Mosqueteiros, não se renderam e pediram o afastamento de Aubiérgio da comissão eleitoral por “perda de isenção” e riscos de contaminação sobre decisões e análises em virtude da apresentação por parte deles na referida denúncia. Não sem razão. Os diretores eleitos estão sendo perseguidos porque suas atitudes destemidas estão incomodando a muita gente.
Não importa, Aubiérgio! Em qualquer ordem na cédula de votação, o trabalho hercúleo que os diretores eleitos vêm fazendo, é e sempre será reconhecido, e a Chapa 1 – Controle e Resultado será a vencedora. Mesmo com muitos trabalhando contra, eles fizeram muito, lutando contra a ingerência política e a corrupção, implantando a política de transparência e rentabilização da Funcef. E muito mais será feito na próxima gestão, pois o viés é de crescimento, haja vista que a partir de 2017 não será necessário novo equacionamento.
Confiamos e somos Chapa 1 – Controle e Resultado – A Funcef na direção certa. Avante, bravos mosqueteiros!