Seguem os informes sobre as negociações ocorridas no dia  27 de setembro de 2014, entre a Federação Nacional dos Bancários- FENABAN e o Comando Nacional dos Bancários.

Sobre os assuntos que envolvem os aposentados e pensionistas, esses devem ser tratados separadamente entre a Caixa e Executiva Nacional depois do fechamento do índice para todos os bancários

O Comando Nacional dos Bancários rejeitou a nova proposta apresentada neste sábado (27) pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), na oitava rodada de negociação da Campanha 2014, realizada em São Paulo (SP). O índice de reajuste para os salários e demais verbas salariais foi elevado de 7% para 7,35% (0,94% de aumento real), enquanto para os pisos subiu 7,5% para 8% (1,55% acima da inflação). Além disso, a oferta dos bancos ignora completamente as reivindicações sobre emprego, segurança, igualdade de oportunidades e condições de trabalho, principalmente metas abusivas e assédio moral.

“Essa proposta precisa melhorar frente aos lucros dos bancos. Ela continua sendo insuficiente, não somente na parte econômica, mas também porque não traz nada sobre garantia de emprego, combate às metas abusivas e ao assédio moral, segurança bancária e igualdade. Mais uma vez deixamos claro na mesa de negociação de que não faremos acordo sem que sejam contempladas soluções para as metas e o assédio”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

Diante disso, o Comando mantém o calendário aprovado anteriormente e a greve por tempo indeterminado a partir da próxima terça-feira (30), aprovada pelas assembleias massivas em todo o país nos dias 24 e 25. “Nós bancários sabemos que nossa força é a unidade nacional e a nossa capacidade de mobilização. Agora é hora de estreitar essa unidade e intensificar a mobilização, de lotarmos as assembleias da segunda-feira e fazermos uma grande greve para pressionar os bancos a apresentarem uma nova proposta que contemple nossas reivindicações”, acrescenta Cordeiro.

A maioria das bases sindicais do país realiza na próxima segunda-feira, dia 29, mais uma rodada de assembleias, para organizar o movimento.

Atos em defesa do BC e dos bancos públicos

O Comando Nacional também orienta os sindicatos a reforçarem as manifestações em frente à sede e às representações do Banco Central em todo o país na quinta-feira, 2 de outubro, para protestar contra as propostas de independência do BC e para defender o fortalecimento do papel dos bancos públicos, dois temas que estão no centro do debate eleitoral e sobre os quais a categoria tem posição histórica definida em seus fóruns nacionais.

Com sede em Brasília, o Banco Central tem representações em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Curitiba, Porto Alegre, Fortaleza e Belém.

“O Banco Central já desfruta hoje de autonomia excessiva e de aproximação promíscua com o mercado financeiro, a ponto de impor sucessivos aumentos da taxa Selic para satisfazer os bancos e os rentistas, mesmo contra a vontade do governo e da sociedade”, critica o presidente da Contraf-CUT. Carlos Cordeiro completa: “A independência formal do BC significa entregar a condução da política macroeconômica do país ao mercado financeiro, roubando essa atribuição constitucional dos governos democraticamente eleitos pela população”.

Para o Comando, é importante também intensificar a campanha contra a ideia de redução do papel dos bancos públicos e fazer essa discussão com a sociedade. “São abundantes os exemplos recentes da importância das instituições financeiras públicas para o desenvolvimento econômico e social do país”, constata Cordeiro.

A nova proposta econômica dos bancos

– Reajuste de 7,35% (0,94% de aumento real).

– Piso portaria após 90 dias: 1.240,89 (8% ou 1,55% de aumento real).

– Piso escritório após 90 dias: R$ 1.779,97 (1,55% acima da inflação).

– Piso caixa/tesouraria após 90 dias: R$ 2.403,60 (salário mais gratificação mais outras verbas de caixa), significando 1,55% de aumento real).

– PLR regra básica: 90% do salário mais R$ 1.818,51, limitado a R$ 9.755,42. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 21.461,91.

– PLR parcela adicional: 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.637,02.

– Antecipação da PLR:

* Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva e a segunda até 2 de março de 2015.

* Regra básica – 54% do salário mais fixo de R$ 1.091,11, limitado a R$ 5.853,25 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro.

* Parcela adicional – 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2014, limitado a R$ 1.818,51.

– Auxílio-refeição: R$ 24,88.

– Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta: R$ 426,60.

– Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses): R$ 355,02.

– Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses): R$ 303,70.

– Gratificação de compensador de cheques: R$ 137,97.

– Requalificação profissional: R$ 1.214,00.

– Auxílio-funeral: R$ 814,57.

– Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto: R$ 121.468,95.

– Ajuda deslocamento noturno: R$ 85,03.

Reivindicações dos bancários

– Reajuste salarial de 12,5%.

– PLR: três salários mais parcela adicional de R$ 6.247.

– 14º salário.

– Vales alimentação, refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 724,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

– Gratificação de caixa: R$ 1.042,74.

– Gratificação de função: 70% do salário do cargo efetivo.

– Vale-cultura: R$ 112,50 para todos.

– Fim das metas abusivas.

– Combate ao assédio moral.

– Isonomia de direitos para afastados por motivo de saúde.

– Manutenção dos planos de saúde na aposentadoria.

– Emprego: fim das demissões e da rotatividade, mais contratações, proibição às dispensas imotivadas como determina a Convenção 158 da OIT, aumento da inclusão bancária e combate às terceirizações.

– Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

– Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

– Prevenção contra assaltos e sequestros: cumprimento da Lei 7.102/83 que exige plano de segurança em agências e PABs, garantindo pelo menos dois vigilantes durante todo o horário de funcionamento dos bancos; instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento das agências; e fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.