No que se refere à matéria “Como o PT perdeu poder nos fundos de pensão”, publicada na edição 2324 da revista IstoÉ, a FUNCEF faz os seguintes esclarecimentos:

1.         Em primeiro lugar, registramos e lamentamos que a entidade não tenha sido procurada pela revista para ser ouvida sobre as informações que foram publicadas na referida matéria;

2.         No que concerne às afirmações atribuídas a um dos diretores da FUNCEF, recém-eleito, registramos que os investimentos feitos pela entidade são submetidos a rigorosos e criteriosos processos de análises e avaliações, em que são observadas as regras estabelecidas para os investimentos dos fundos de pensão em geral. Além disso, esta entidade possui um arcabouço normativo interno e uma moderna prática de governança, com a utilização de comitês técnicos e de assessoramento externo, que ao gerir os negócios tem como princípio basilar a busca de maximizar rentabilidade, segurança e liquidez;

3.         Não trabalhamos com avaliações pré-concebidas ou discriminamos negócios em função da originação, sejam eles provenientes da iniciativa privada ou do setor público. Portanto, refutamos com veemência afirmações levianas, que não se coadunam com o que se pratica na FUNCEF, cuja governança é compartilhada e transparente;

4.         O Brasil possui um elevado potencial de oportunidades de negócios, em especial em segmentos vinculados à infraestrutura. A FUNCEF participa e continuará buscando participações em projetos que estejam em linha com o perfil dos seus compromissos com os participantes e assistidos, levando em conta, sempre, uma eficiente relação risco x retorno e prazos que lhe sejam mais convenientes e adequados;

5.         Sobre o “caso Brandes” (sic), esclarecemos que a cifra contida na matéria não guarda a menor relação com a realidade dos fatos. A Branes Negócios e Serviços S.A., é uma Sociedade de Propósito Específico, em processo de estruturação pela CAIXA Participações, em parceria com a IBM e o Fundo Investimentos em Participação CAIXA Veneza (FIP CAIXA Veneza), do qual a FUNCEF é uma das cotistas e fez aporte de R$ 12,9 milhões. Neste caso, a participação da entidade possuiu cláusula de proteção (PUT), com retorno mínimo estabelecido em contrato, em percentual superior à meta atuarial dos planos de benefícios. Ou seja, neste investimento não há qualquer possibilidade de perda do valor aportado;

6.         A companhia Eldorado Brasil Celulose S.A. foi criada a partir da fusão de ativos pertencentes ao Fundo de Investimento em Participações Florestal (FIP Florestal) – do qual a FUNCEF era detentora de 25% das quotas –  com o FIP Eldorado. O FIP Florestal investia na empresa Florestal Brasil S.A., que desenvolvia projetos de plantio de florestas para produção de madeira. A Eldorado, por sua vez, investiu na construção de uma fábrica de celulose, localizada em Três Lagoas-MS. Após a fusão, a fábrica foi concluída e está em pleno funcionamento. Trata-se da maior linha de produção vertical de celulose branqueada do mundo. Além de grande potencial de retorno para os investidores, com valorização de 15,73% em 2012 e 18,86% em 2013, o projeto gera milhares de empregos e contribui fortemente para o desenvolvimento da região. Ressaltamos que a entrada da FUNCEF e dos demais cotistas não demandou aportes adicionais para o negócio, além dos ativos já pertencentes ao FIP Florestal;

7.         A participação da FUNCEF no setor ferroviário remonta ao processo de privatização levado a termo em 1997 pelo governo de então, cujos resultados para a Fundação e os demais investidores foi extremamente negativo. O ingresso da FUNCEF na América Latina Logística (ALL) resultou de um processo de reestruturação do setor, ocorrido em 2006, que culminou com a fusão de diversos ativos do mesmo segmento, entre os quais a antiga companhia Brasil Ferrovias, uma das empresas do setor participadas por esta entidade. A ALL é uma das maiores empresas de transporte ferroviário e de logística do País. Suas ações são negociadas em bolsa de valores, inclusive compondo o índice da Bovespa (Ibovespa). Trata-se de um segmento com grande potencial de desenvolvimento, em especial a partir das necessidades logísticas nacionais. É importante ressaltar que a ALL está em processo de fusão com a companhia Rumo, o que aumentará ainda mais o potencial do negócio para os investidores e para o país;

8.         A usina de Belo Monte, ainda em fase de construção, é um investimento de grande potencial de retorno, com perspectivas de ganhos superiores à meta atuarial dos planos de benefícios. Trata-se de projeto de longo prazo de maturação e de grande importância para os acionistas da Norte Energia S.A. (NESA), concessionária da Usina. A FUNCEF detém 10% de participação na NESA, com um capital comprometido de R$ 608 milhões, dos quais R$ 455 milhões já foram integralizados até janeiro de 2014. Uma das importantes características do investimento é o seu alto nível de previsibilidade do fluxo de receitas com a venda de energia, em longo prazo, o que o torna bastante aderente ao perfil dos compromissos dos planos de benefícios;

9.         No caso da INVEPAR, onde a FUNCEF possui 25% das ações da companhia, tendo aportado R$ 1,209 bilhões, a participação da entidade está avaliada em R$ 2,741 bilhões, posição de 31/12/2013. Somente nos últimos dois anos a valorização do ativo foi superior a 65%, de acordo com avaliações técnicas realizadas por instituições financeiras especializadas e de primeira linha;

10.       O Banco Cruzeiro do Sul, liquidado pelo Banco Central em 2012, não gerou qualquer perda para a FUNCEF, dado que a entidade, em observância aos seus critérios de segurança, liquidez e rentabilidade, mantinha em seu portfólio de negócios apenas um crédito relacionado a um Depósito a Prazo com Garantia Especial (DPGE), no valor de R$ 11,3 milhões, emitido por aquela instituição em 22/06/2009. A aplicação foi integralmente restituída à Fundação pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), em outubro/2012, no montante de R$ 17,7 milhões, que inclui a rentabilidade contratada, nos termos do que dispõem as regras para esta modalidade de investimento.

11.       Considerado um excelente investimento no setor de óleo e gás, a companhia Sete Brasil, onde a FUNCEF detém participação de aproximadamente 17%, através do FIP Sondas, apresentou em 2013 uma valorização de 72,14%, apurada por instituição especializada em avaliação econômica e financeira de empresas.

12.       A Desenvix Energias Renováveis S.A., na qual a FUNCEF detém participação de 18,7%, é uma companhia que atua na geração de energia de fontes diversas (eólica, hidrelétrica e biomassa), e em linhas de transmissão. O potencial do negócio é significativo, com excelentes perspectivas de futuro, visto que a maioria dos seus ativos possuem fluxos de caixa contratados a longo prazo. Com a maturação da companhia, os retornos tendem a superar as expectativas. A companhia tem como uma de suas maiores acionistas a Statkraft, empresa norueguesa que é a maior geradora de energia renovável da Europa.

13.       As inferências relacionadas ao contato do ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas, com o diretor da FUNCEF Carlos Augusto Borges, foram devidamente esclarecidas em nota específica, de 25/04/2014, que afirmou que esta entidade não possui nenhum investimento em parceria com o senhor Alberto Youssef, cujo projeto apresentado à área do mencionado diretor foi rejeitado, por não se enquadrar nos nossos critérios de avaliação nem nas políticas de investimentos de nossos planos de benefícios. Enfatizamos que, em função da natureza dos cargos que ocupam, os diretores e gestores da Fundação recebem, rotineiramente, diversas pessoas e inúmeras propostas. Porém, a efetivação de qualquer negócio depende fundamentalmente do pleno atendimento aos quesitos afirmados no item 2, acima;

14.       Nos exercícios de 2012 e 2013 alguns planos administrados pela FUNCEF apresentaram resultado deficitário de aproximadamente R$ 3 bilhões, motivado pelo comportamento do mercado, que ainda sofre as consequências da crise econômica que se abateu sobre a maioria das economias do planeta a partir de 2008. Corrobora nossa avaliação o comportamento das ações do Ibovespa, que no ano passado acumularam perdas de 15,5%, e do IMA-B – índice de renda fixa que mede a variação média dos títulos públicos atrelados à inflação – que no mesmo período teve queda de aproximadamente 10%, situação que afetou grande parte dos fundos de pensão brasileiros.

15.       Mesmo diante de uma conjuntura adversa para o sistema, a FUNCEF não sofreu prejuízos ou perda de patrimônio. De 2003 a 2013 a rentabilidade dos investimentos chegou a 418,27%, frente a uma meta atuarial de 243,48%. Graças a uma gestão cuidadosa, adequada e transparente, com os resultados obtidos foi possível, a partir de 2006, promover o crescimento real dos benefícios da maior parte dos integrantes da entidade, em até 30%. Recursos que, se não tivessem sido integrados à renda dos aposentados e pensionistas, estariam gerando superávits de monta superior aos déficits acumulado nos dois últimos exercícios. Situação que fortalece a entidade e nos dá a certeza de que as escolhas foram acertadas.

Por fim, lamentamos profundamente as inconsistências contidas na mencionada matéria, já que, além de gerar dúvidas e ansiedades aos participantes da FUNCEF e de outros fundos de pensão, contribuem para confundir a sociedade sobre o funcionamento do sistema de Previdência Complementar, importante instrumento de produção de riqueza e desenvolvimento.

Comunicação Social da FUNCEF