E agora, José? José, para onde? Perdoe-nos, querido poeta Drummond, por abrir esta manifestação com os seus versos, mas neste momento somos todos Josés que não sabem para onde ir.

A conta que nunca sonhamos que teríamos que pagar nos foi apresentada friamente pela Funcef, com data marcada para começar, em “suaves” prestações de até 208 meses. A Diretoria e o Conselho Deliberativo aprovaram por unanimidade, na última semana, a nova regra para equacionamento, que, a princípio, parece ser a menos cruel e também a que mais interessa à patrocinadora e ao Governo.

Sabemos que a lei diz que temos que participar paritariamente para o equilíbrio do plano. Podemos não ter alternativa e não poderemos nos furtar a pagar essa conta, porém não fomos nós que a fizemos, portanto ela deve ser atribuída aos responsáveis.

Não queremos e não podemos pagar passivamente!

Acreditamos, por toda a nossa vida laboral, que estávamos confiando as nossas contribuições mensais a bons administradores, que com o aval da Caixa, estavam zelando pelo nosso patrimônio e garantindo um futuro tranquilo para nós e nossas famílias. Fomos enganados com propaganda enganosa, dizendo que a nossa Funcef estava com excelente saúde financeira. Um cenário maravilhoso nos foi mostrado no vídeo comemorativo dos 35 Anos da Funcef, de 2012, o qual pode ser conferido no site da Fundação, quando já havia déficit. Da mesma forma, as revistas da Funcef sempre trazem apenas boas notícias. Também, nas reuniões realizadas com dirigentes das AEA e da Fenacef com a diretoria da Funcef as informações eram de que estava tudo sob controle. Uma grande mentira!

Entidades associativas e grupos nas redes sociais, pessoas com mais acesso às informações, vêm debatendo o assunto e se preparando para reagir contra.  No entanto, temos associados, senhorzinhos de mais idade e pensionistas, que não interagem com a tecnologia e nem mesmo sabem como funciona um plano de previdência privada, que inocentemente, em cartas escritas de próprio punho, nos perguntam quando “vão ter aumento”. Imaginem o susto que vão levar quando virem os descontos nos seus contracheques.

Por eles e por todos nós, não podemos nos acomodar e acovardar! Não aceitamos pagar a conta sem brigar!

Agora que temos um fato concreto: um valor e uma data para começar pagar, já podemos seguir um caminho jurídico. Temos pareceres de advogados especialistas sobre várias teses que podem ser seguidas. Estamos em contato com outras entidades associativas para compartilhar ações em defesa dos nossos direitos.

Também defendemos o afastamento do presidente e diretores indicados da Funcef. Fomos a primeira entidade, e a única entre as AEA, a lançar a campanha Fora, Caser! Não podemos aceitar gestores que não apresentam resultados. Na iniciativa privada, numa empresa do porte da Funcef, essa diretoria já estaria fora no primeiro déficit.

Precisamos lutar por mais participação na administração da Funcef. Teremos uma grande oportunidade de eleger pessoas tecnicamente capazes e comprometidas com os participantes e assistidos nas próximas eleições para os Conselhos Deliberativo e Fiscal da Funcef.  Precisamos conhecer o passado e a capacidade das pessoas que vamos colocar lá.

Em particular, na última eleição para escolha de representantes no CD e no CF da Funcef, já tínhamos esta preocupação, mas não fomos ouvidos.

 A AEA-PR é uma entidade associativa independente.

Vamos em frente e queremos contar com todas as entidades revestidas do verdadeiro espírito em defesa de seus associados, para lutar em favor dos participantes e assistidos da Funcef.

Jesse Krieger

Presidente da AEA-PR