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Desta vez foi Max Mauran Pantoja,  diretor de  Planejamento e Controladoria, quem falou à diretoria e conselheiros da AEA-PR sobre a situação dos investimentos e governança da Funcef, na semana passada, por ocasião da reunião do Conselho Deliberativo da Fenacef, presidido por Jesse Krieger, em Curitiba.

Anteriormente, o também diretor eleito,  Antonio Augusto de Miranda e Souza, que responde pela diretoria de Administração, atendeu ao convite do presidente da AEA-PR e percorreu diversas cidades do interior, além de Curitiba, para explicar sobre os investimentos da Funcef para os associados.

Contundente, o diretor mostrou a preocupação com a situação financeira da Fundação, cujo déficit já ultrapassou os 10 bilhões de reais e com a capacidade da diretoria para resolver a crise. “Os diretores indicados estão ali, não porque são brilhantes, mas porque são de confiança de quem os nomeou”,  ressaltou Pantoja.

A apresentação focou na análise dos resultados dos investimentos da Funcef, no período de 1995 a 2014, na qual o diretor demonstrou que os resultados entre 2000 a 2006, já não estavam bons e  deveria ter sido apresentado um déficit, o qual foi mascarado pelo saldamento do Reg/Replan.

“Representantes eleitos e sindicatos deveriam ter reagido contra o saldamento, mas não fizeram nada.  Os empregados sofreram pressão para aderir. Na época eu ocupava a função de auditor e para não ser prejudicado profissional acabei assinando o saldamento, mas sob protesto. Escrevi, de próprio punho, no requerimento que eu assinava, mas era contra”,   fez questão de afirmar.

Pantoja, na sua apresentação, referiu-se ao Reg/Replan Saldado não como um plano, mas como um saldo de um plano. Demonstrou a sua preocupação com as aplicações “voláteis”, segundo sua definição, num plano fechado, onde não entram mais recursos novos. “Investir tanto dinheiro numa Sete Brasil, num plano saldado, é temerário”, frisou.

Hoje 47% dos investimentos estão em renda fixa e 53% em aplicações “voláteis”. “Conseguimos aumentar a aplicação em renda fixa de 44% para 47%, o que é mais prudente para um plano saldado”.  Os tetos para as diversas aplicações estão estabelecidos no Manual Normativo – MN 372/92.

Durante sua fala, em diversos momentos, o diretor  salientou que um plano de previdência privada não pode servir a um partido político. “Desde os anos 2000, os que lutavam contra viraram governo e, desde então, só há uma troca de cadeiras.  Regras básicas de governança foram quebradas, princípios básicos foram esquecidos, virou confraria de amigos do mesmo partido”, lamentou.  

Falou da necessidade de um corpo técnico, com notório conhecimento, não ligado a partido político, principalmente no Conselho Fiscal da Funcef, que é o órgão que tem poder de fazer uma análise concreta, baseada em documentos que pode exigir como comprovação da boa gestão dos investimentos realizados. 

Sobre os diretores eleitos, Pantoja salientou que o compromisso é com os participantes , não com o patrocinadora.  Falou da dificuldade de relacionamento com a diretoria indicada pela patrocinadora.   “A Funcef é uma diretoria rachada, o clima é de guerra, o que é natural, pois os eleitos  são de uma chapa contrária”.

Porém, reconhece que isso dificulta as ações. Os diretores eleitos não têm autonomia no Conselho Editorial dos meios de comunicação da Funcef. Pantoja fez críticas às informações sem profundidade, só com propagandas querendo mostrar só coisas boas.  Segundo sua avaliação, os participantes deveriam ter pleno acesso aos atos de gestão da Funcef.

Sobre o déficit, afirmou que não é conjuntural, que não dá mais para aguentar esse discurso.  Quanto a postergar o equacionamento,  o diretor afirma que é bom para quem fez, para não se responsabilizar.

Terminou dizendo que a boa notícia é que agora os participantes têm um diagnóstico, uma visão sobre a Funcef, o que não acontecia antes, quando as pessoas estavam acomodadas, achando que tudo está bem, que teriam uma aposentadoria tranquila.

Anteriormente, numa prestação de contas da Funcef, conseguia-se reunir um número mínimo de participantes.  Hoje há uma atenção sobre os atos da diretoria.

“Vamos despertar, vamos  nos mobilizar. A nossa ação política (não partidária) é que vai dar resultados”, conclamou.

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