Os bancos públicos, que são os maiores operadores dos programas sociais do governo, estão sob ameaça de privatização pelo governo de Michel Temer, alertaram os participantes da audiência pública que debateu as estratégias contra a privatização dos bancos públicos, realizada pelo deputado estadual Tadeu Veneri e a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito no paraná (Fetec) no dia 17 de outubro, no plenarinho da Assembleia Legislativa. A data da audiência, segundo Veneri, é histórica, relembrando que em 17 de outubro de 2000, o Paraná perdeu o banco Banestado, arrematado em leilão promovido ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC). 

O presidente da AEA/PR, Jesse Krieger e o Diretor Financeiro, José Megume Tanaka participaram do evento, também o Diretor da Fenae, Clotário Cardoso, a representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano, o Presidente da Contraf, Roberto Von Der Osten Júnior, dentre outros dirigentes de entidades.

Segundo o presidente da Fetec/PR, Júnior César Dias, a  audiência  faz parte  de uma campanha nacional coordenada pelo Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, contra a venda de instituições como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Ao final da audiência, os participantes aprovaram a Carta de Curitiba destacando que a missão dos bancos públicos é atuar na promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável do País e, por isso, a defesa dessas instituições deve ser assumida pela população.


“É incoerente a proposta de privatizar empresa como a Caixa que é 100% pública e colocar sócios privados restringindo o atendimento da população mais carente do país, dentre outros serviços que são relevantes como habitação, saneamento, infraestrutura e a gestão de fundos e programas sociais do governo”, afirmou o Jesse Krieger.

Riscos da privatização

O governo federal está propondo a abertura da CEF ao capital privado. A Caixa tem o maior fundo do mundo, o FGTS, com recursos da ordem de R$ 500 bilhões. “Todos os país do mundo têm bancos de desenvolvimento. O BB e a CEF cumprem um papel fundamental no desenvolvimento do país. Nós sabemos que o próximo passo, depois de transformar a CEF em sociedade anônima, é a abertura de capital”, disse Maria Rita Serrano, coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas.

Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa do BB, afirmou que a destruição do patrimônio brasileiro com a venda das empresas públicas para o capital estrangeiro é um processo que precisa ser entendido pela sociedade, que ainda não entende a importância dos bancos públicos. “A venda traz um prejuízo enorme. E o primeiro é na mesa. 70% da agricultura familiar é feita pelo BB e pelo Banco do Nordeste. E setenta por cento dos alimentos que consumimos nos grandes centros é produzido pela agricultura familiar. São eles que financiam o pequeno agricultor”, afirmou. Ele citou ainda que 80% do financiamento do longo prazo no Brasil é feito pelo Banco do Brasil. “Habitação popular é feito por banco público e não por banco privado”, acrescentou.

 

Informações:  Assessorias de Comunicação da ALEP e do Dep.estadual Tadeu Veneri