O presidente da AEA-PR, Jesse Krieger, participa nesta quarta-feira, dia 25 de fevereiro, da Audiência Pública sobre a defesa da Caixa 100% Pública, em Brasília, na Câmara Federal, com o objetivo de envolver outros setores da sociedade, inclusive o Parlamento, na discussão da proposta, em estudo pelo governo federal, de abertura do capital da Caixa Econômica Federal.

O evento, que será realizado das 9h às 18 horas, contará com as presenças de representantes da Fenae,  Fenacef, Associações de Economiários Aposentados, da CUT,  Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Intersindical, CSP-Conlutas, Dieese, parlamentares e empregados da Caixa.

Programação do ato

Mesa da manhã, às 9h30, no auditório Freitas Nobre, Anexo 4, da Câmara dos Deputados

. Erika Kokay
. Jair Pedro Ferreira – Presidente da Fenae
. Carlos Cordeiro – Presidente da Contraf-CUT
. Vagner Freitas – Presidente da CUT
. Emanoel Souza de Jesus – CTB
. Ideomar Casagrande – Intersindical
. Juary Luiz Chagas -CSP/Conlutas

Mesa da tarde, às 14h00, no Auditório Nereu Ramos, Anexo II da Câmara

.Fabiana Matheus – Coordenadora da CEE/Caixa e Diretora de Administração e Finanças da Fenae
. Fernando Neiva – representante-titular dos empregados no Conselho de Administração da Caixa
. Maria Rita Serrano – representante-suplente dos empregados no Conselho de Administração da Caixa
. Airton Santos – Dieese
. Donizete Fernandes – Coordenador Nacional da FNRU (Fórum Nacional da Reforma Urbana)
. Leitura da minuta do manifesto final do encontro.

A posse da nova presidente da Caixa, Miriam Belchior, foi marcada por protestos. Veja como foi a repercussão da posse na mídia:

Posse de Miriam Belchior na Caixa é marcada por protestos

O Globo – 24/02/2015 -Geralda Doca, Martha Beck e Mônica Tavares
BRASÍLIA

Enquanto Jorge Hereda foi aplaudido ontem ao deixar a presidência da Caixa Econômica Federal, sua sucessora, Miriam Belchior, teve sua cerimônia de posse tumultuada pela ação de manifestantes de movimentos sociais. Munidos de cartazes e entoando gritos de ordem, grupos em defesa da moradia atacaram o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o programa de ajuste fiscal e a abertura de capital da instituição, atrapalhando os discursos dele e de Miriam.”Rua!”, “Fora!” e “Não à privatização. Da Caixa Econômica eu não abro mão” foram algumas das palavras de ordem usadas, especialmente contra Levy. O ministro, porém, não se intimidou. Sacou o famoso sorriso sarcástico e lembrou que a Caixa foi criada há 150 anos durante um período de consolidação fiscal e que pode sobreviver para continuar servindo ao povo brasileiro:- A gente vai estar sempre atento para que a Caixa tenha solidez – afirmou. – A gente vai fazer um trabalho importante. Tem momentos mais fáceis e tem momentos em que a gente tem que se concentrar para preservar o que a gente tem.Tanto Levy como Miriam evitaram falar sobre a abertura de capital da Caixa, nos planos da presidente Dilma Rousseff para reforçar os cofres públicos nos próximos anos.- A Caixa tem especificidades muito grandes que precisam ser consideradas – desconversou Miriam.

Miriam e os rumos da Caixa

Correio Braziliense – 24/02/2015 – Rosana Hessel e Célia Perrone

 

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou ontem que a instabilidade fiscal teve um “custo tremendo” para a Caixa Econômica Federal. “Ela esteve em risco” afirmou, durante a solenidade de posse da nova presidente do banco, Miriam Belchior. O ministro destacou, porém, que medidas de correção já foram adotadas para reequilibrar as finanças da Caixa.

Levy já deixou claro que não pretende fazer nova capitalização de instituições financeiras públicas mediante a emissão de títulos do Tesouro Nacional. Ontem, ele lembrou que, embora seja agente das políticas públicas do governo, a Caixa é também um banco e, portanto, precisa ser administrado dentro de regras bem estabelecidas.

A cerimônia de posse da ex-ministra do Planejamento foi marcada pela polêmica em torno da abertura de capital da instituição financeira. Miriam Belchior não descartou a operação, apesar dos protestos que vem gerando entre funcionários e políticos aliados do governo. Ela pontuou, contudo, que a medida ainda não está sacramentada.

“A Caixa tem especificidades muito grandes que precisam ser consideradas. Nenhuma decisão será tomada nessa direção sem fazer no mínimo um estudo de viabilidade. Isso não existe até hoje”, afirmou Miriam.

O evento começou com mais de uma hora de atraso devido à grande quantidade de pessoas no local. Enquanto as autoridades falavam, representantes de movimentos sociais faziam coro contra o que consideram a privatização do banco. “Da Caixa Econômica, eu não abro mão” era uma das palavras de ordem de cerca de 30 manifestantes presentes no teatro Caixa Cultural. Frases como “Caixa 100% pública” e “Eu defendo a Caixa”, ilustravam os cartazes em punho.

O principal alvo das críticas foi o próprio Levy, que sinalizou ser a favor da medida. “Vamos fazer todas as ações necessárias para dar força fiscal e alcançar a estabilidade, que permite conter o processo de inflação e fazer com que a poupança de cada um continue valendo”, disse.

Já o ex-presidente da instituição, Jorge Hereda, que, recentemente, criticou de público a abertura de capital, foi ovacionado durante discurso em que procurou mostrar que sua gestão foi positiva. Na fala, ele não citou o ministro nenhuma vez.

“Há um problema da abertura de capital da Caixa. Ela é pública, e, se abre o capital, perde o perfil para atender a população”, afirmou a presidente da Confederação Nacional de Associações de Moradores, Bartiria Lima da Costa. Ela contou membros da entidade participavam de um evento em Brasília e foram convidados para a cerimônia de posse pela direção do banco.